sexta-feira, 27 de novembro de 2009

SPFW-2009/2010 (Melhor de Carlota Joakina)

Carlota just wanna have fun. Este é o nome da coleção verão 2010 da Carlota Joakina. Não poderia ser mais apropriado. A inspiração vem dos brinquedos dos parques de diversões, em especial, os aquáticos. A coleção é a cara da marca. Jovem, colorida e moderninha. Os leggings e os tons fluo que já são quase uma assinatura da Carlota abriram o desfile. Depois vieram peças inspiradas na alfaiataria: camisas, minissaias e chemisiers curtinhos. Todos em preto e branco feitos de tecidos tecnológicos – também uma constante em outras temporadas. A novidade aqui ficou por conta dos zíperes coloridos. Por fim, microvestidos transparentes com bordados que lembram origamis, que podem não funcionar muito na vida real, mas são uma graça. Diversão pura.







SPFW-2009/2010 (Melhor de Simone Nunes)

Preto, turquesa, off-white e coral. Algumas poucas estampas de caju. Alfaiataria e jeans superlavado, quase branco. Esses são os elementos básicos da coleção Black Carpet Verão 2010 de Simone Nunes. A estilista segue apostando na mistura de tecidos mais naturais, como a sarja e o denim, a outros mais nobres, como o xantungue. Vestidos e saias vêm mais curtinhos, assim como alguns paletós, o que deixa a coleção com um ar quase juvenil. Ombros e cinturas são marcados por um maxirrolotê de malha de metal, criando uma imagem um pouco vitoriana e um tanto desnecessária. Uma boa sacada da coleção são os escarpins tipo boneca com aplicação de cristais na sola. Mr. Louboutin adoraria. Cinderela também.








SPFW-2009/2010 (Melhor de Reinaldo Lourenço)

Foi nas plantações de café, que fizeram a fortuna dos barões do interior de São Paulo, que Reinaldo Lourenço colheu a inspiração para o seu verão 2010. Do grão, ele fez estampas e bordados (plaquinhas de acrílico pretas). O ar bucólico das fazendas centenárias foi parar em flores salpicadas em lindas sandálias. E até a cartela de cores, recheada de tons de café, vermelho e nude, remeteu à bebida mais tradicional do país. O desfile começa com uma série de desdobramentos da casaca masculina, em tressê de ráfia. É a imagem mais bonita e marcante, além de ser muito condizente com o trabalho que o estilista desenvolve há algumas coleções. O colete alongado, com as costas nuas e leve volume no bumbum, ultrassexy, no tom da pele, merece menção honrosa, assim como toda as peças que brincam com o masculino versus feminino. Vestidos curtinhos (tendência) aparecem e se revezam com outros mais comportados, na altura do joelho. Ora eles são feitos em jacquard, ora em um misto de linho com seda, em versão bicolor, que lembra o trabalho art déco da última coleção de Reinaldo, mas de uma maneira totalmente fresca. Esse é um dos grandes méritos do estilista. Uma boa coleção, normalmente, tem elementos do trabalho anterior - afinal, a mulher que consome a marca não muda a cada temporada. O toque de Midas é ainda assim deixar tudo com um jeitinho novo, que provoca desejo e (bingo!) leva as mulheres às lojas. Reinaldo conseguiu mais uma vez.











SPFW-2009/2010 (Melhor de Huis Clos)

Embarcar no clima dos anos 1980 sem ser literal, eis a questão. Sara Kawasaki, estilista à frente da Huis Clos, foi em busca da solução desse dilema e conseguiu sofisticar o universo esportivo e as cores “cheguei”(verde-limão e azulão, por exemplo), típicas da época. Sua coleção de verão 2010 é repleta de vestidos curtos (tendência) e macacões (lindos), que ganham detalhes de zíperes, ilhoses e elásticos, e aparecem ora em modelagens que lembram o paletó, ora em um trabalho primoroso de moulage, com nós e retorcidos que causam um efeito incrível. As correntes que estão nas peças desse inverno continuam na próxima estação e vêm em cascatas douradas ou uva. O resultado final? Uma coleção mais jovem do que estamos acostumadas a ver na Huis Clos, mas nem um milímetro de pano menos chic.






SPFW-2009/2010 (Melhor de Fórum Tufi Duek)

Não deve ser nada fácil ocupar o lugar deixado por Tufi Duek na casa que leva seu nome. Mas Eduardo Pombal não é nenhum recém-chegado a Forum Tufi Duek. Trabalhou por 12 anos com Tufi e conhece bem o DNA da marca. Sabe que a mulher que veste sua roupa é sexy. Portanto, não era mesmo de se esperar que fosse haver alguma ruptura drástica com essa mudança de posto. Eduardo apostou no caminho seguro e trouxe para a passarela uma coleção em tons de branco, preto, azul royal e amarelo, com muitos vestidos, ora mais longos e fluidos, ora curtinhos e mais estruturados. O tomara-que-caia, que vem tanto nos vestidos quanto em tops, é peça-chave. Toques de alfaiataria, que aparecem em sleeveless jackets, criam uma imagem um pouco mais forte e de sensualidade menos explícita. O paetê vem com tudo e cobre cada centímetro de calças e vestidos, além do macacão preto, que é a melhor peça da coleção.








SPFW-2009/2010 (Melhor de Cori)

Depois de uma temporada mais moderna e colorida, sob o comando de Dudu Bertholini e Rita Comparato, da Neon, a Cori volta a falar com uma mulher mais “mulher” no verão 2010. Na primeira coleção à frente da direção criativa da marca, a dupla Giselle Nasser e Andrea Ribeiro investiu em uma cartela de cores suave e em muitos vestidinhos, que ganham drapeados e têm a cintura marcada, bem ao estilo que estávamos acostumadas a ver nas coleções solo de Giselle – leia-se 100% femininos. A imagem é bem fresca e o contraste de tecidos leves e pesados dá um efeito interessante às roupas. A alfaiataria, forte da Cori, marca presença em macacões e macaquinhos, inspirados no paletó, em vestidos com a tradicional risca-de-giz e em novos tailleurs, com short e casaqueto.








SPFW-2009/2010 (Melhor de Alexandre Herchcovitch)


O universo dos esportes coletivos. Jogadores de rugby e de futebol americano, juízes de campo e até cheerleaders. Difícil imaginá-los numa passarela de moda? Pois foi para esta arena que Alexandre Herchcovitch os trouxe no seu verão 2010. E, ainda que pareça improvável, o resultado foi pura sofisticação. Alexandre misturou cetins, rendas e georgetes a tecidos esportivos. A novidade aqui ficou por conta da volta do látex. O material, que marcou presença nos desfiles do início da carreira do estilista, aparece em vestidos-regata impecáveis.A silhueta é justa na parte de baixo, com calças-corsário, à moda do rugby, e ampla na parte de cima, com ombros que, no desfile, beiram o exagero. Por vezes, ganham até armações, como aquelas dos capacetes de futebol americano. A cartela de cores é ousada. Alexandre parte de verde-água, nude e lilás e termina por explodir em misturas fortes de roxo com amarelo, laranja com verde, pink com azul e vermelho – uma festa. Os sapatos mantêm o shape Oxford, tão em alta no inverno, mas vêm refrescados por recortes que combinam com o calor do verão. Bolsas de mão ficam divertidas em forma de bola de rugby. Os dias de enfant terrible de Alexandre podem ter ficado para trás, mas ele continua provocando o mundo da moda com maestria. Touch-down!